sábado, 29 de março de 2014

O TRAGO DAS CARVOEIRAS - Produzir carvão vegetal é prática antiga no sertão nordestino, mas as carvoeiras, de onde ele se origina, podem causar muitos problemas.

As carvoeiras poluem o meio ambiente em dose tripla: ar, solo e vegetação.
  Há tempos a atividade de fazer carvoeira mobiliza agricultores da cidade de Brejinho – PE, localizada a 420 km da capital Recife. Trata-se de um trabalho dispendioso que se resume em cavar uma vala no chão, preenchê-la de galhos e troncos de árvores, cobri-los com capim e terra e deixá-los queimar por vários dias. Este trabalho, tradicionalíssimo para os nordestinos, esbarra, no entanto, na questão ambiental. As carvoeiras são responsáveis por uma série de prejuízos ao equilíbrio natural, dentre eles, o desmatamento e a poluição do ar.
Quanto ao desmatamento, a árvore que mais sofre com a produção carvoeira é a jurema. Típica da região do semi-árido, a jurema se destaca das outras árvores por possuir longas raízes que são responsáveis pela captação de água até mesmo durante os períodos mais secos. Segundo  o  professor  de biologia   da   EJSA   Elcio  Batista,  a queima da jurema “se caracteriza por expelir poluentes pesados, como o monóxido de carbono (CO)”. Ele alerta, “um grande acúmulo de CO na corrente sanguínea pode ser perigoso, causando doenças como a asma, por exemplo”. Sabe-se também que os gases derivados do carbono são os principais causadores do “efeito estufa”.
            Quem se arrisca no negócio das carvoeiras é o agricultor Luís Costa de Lima, 40 anos. Há cinco anos ele aprendeu a fazer carvão vegetal com o amigo Raimundo Nonato Cordeiro Monteiro, que também é agricultor. “Sinto dor nas costas por carregar os sacos de carvão, não é bom, mas fazer carvão é um meio para o ‘cabra’ ir sobrevivendo”, declara!

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