Manobra para salvar Cunha ficou mais vergonhosa após sua mulher virar ré
Ao encampar a espantosa explicação de Eduardo Cunha sobre o dinheiro achado nas contas secretas na Suíça, os aliados do deputado estão, no fundo, pedindo ao brasileiro que faça como eles: se finja de bobo pelo bem da governabilidade. Todos sabem que Cunha mentiu ao dizer que não tem contas no estrangeiro. Mas não convém arriscar a estabilidade do regime por algo tão politicamente supérfluo como a verdade. O diabo é o doutor Sérgio Moro, ao transformar em ré a mulher de Cunha, Cláudia Cruz, atrapalha a combinação de que o marido dela não fez nada que justifique uma cassação do mandato.
Moro e os investigadores da Lava Jato deixam a infantaria congressual de Cunha numa situação surreal: há uma dinheirama na Suíça que ninguém pode comentar na Câmara. Mas o coordenador da Lava Jato, procurador Deltan Delagnol, afirma que a mulher de Cunha, servindo-se de parte dessa verba invisível, “cometeu dois tipos de lavagem de dinheiro: 1) ocultação no exterior de mais de US$ 1 milhão, fruto de propinas recebidas pelo marido Eduardo Cunha; e 2)conversão desse dinheiro em bens de luxo.”
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