Ex-diretor da Petrobras aceita fazer delação premiada para sair da prisão
Após a Polícia Federal fazer operações de busca em empresas de sua filha, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa aceitou fechar nesta sexta (22) um acordo de delação premiada com procuradores que atuam na Operação Lava Jato para deixar a prisão. Costa é considerado uma bomba política pelos contatos que tinha quando era diretor da Petrobras. Ele foi indicado em 2004 pelo PP, obteve depois o apoio do PT e tinha trânsito no PMDB. Ficou no cargo até 2012.
Ao mesmo tempo, tinha contato com a cúpula das maiores empreiteiras do país. Ele teria dito na prisão que se contasse tudo o que sabe não haveria eleições neste ano. Delação premiada é um recurso no qual um réu fornece informações para a Justiça em troca de uma pena menor. Uma nova advogada, especializada em delação premiada, foi enviada pela família a Curitiba para discutir os termos da delação. Beatriz Catta Preta, a defensora escolhida, já cuidou da colaboração dos doleiros Raul Srour e Richard de Mol van Otterloo.
O advogado que defendia Costa, Nelio Machado, deixou o caso por discordar da estratégia. “Estão trocando uma defesa certa por uma aventura”, disse Machado. O ex-diretor da Petrobras foi preso pela segunda vez no dia 11 de junho, após as autoridades da Suíça informarem à Justiça brasileira que ele tinha contas com US$ 23 milhões naquele país. Ele havia sido preso inicialmente em 20 de março sob acusação de ocultar provas, mas foi liberado pelo Supremo.
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