Cama box é uma peça única, formada pelo colchão sobre uma base de madeira. Num espaço apertado, onde quatro pessoas ficam confinadas 23 horas por dia, o utensílio pode fazer toda a diferença. Por isso, incorporar algumas camas ao mobiliário da custódia da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba, se tornou uma ambição entre os 17 presos da Lava-Jato encarcerados em seis celas. Enquanto os seus advogados acumulam derrotas na tentativa de libertá-los, eles travam uma luta pessoal e silenciosa para amenizar o desconforto da rotina na cadeia.
As seis selas da carceragem da PF estão divididas em duas alas. Na primeira, ficam os dirigentes das empreiteiras, quatro por cela. Na outra, convivendo com presos comuns, vivem Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, o doleiro Alberto Youssef e os lobistas Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, e Mário Frederico de Mendonça Goes — João Procópio de Almeida, tido como braço-direito de Youssef, está temporariamente internado em hospital penal.
Cada cela, de 12 metros quadrados, oferece uma cama beliche de cimento (dois andares) e um “boi”, vaso sanitário rente ao piso, sem divisória. Dois presos são obrigados a dormir em colchões no chão. Pelo regulamento interno, todos têm direito a uma hora diária de banho de sol.
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