‘Segurança tem R$ 50 milhões de convênios parados’... Segundo a Secretaria de Segurança Kaline Leite!
Primeira mulher a assumir o controle da secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), a delegada da Polícia Civil, Kalina Leite Gonçalves, tem o desafio de reverter os números que colocam o Rio Grande do Norte entre os Estados mais violentos do país. Nessa entrevista à TRIBUNA DO NORTE, a secretária revela quais as prioridades e como vai gerenciar uma das maiores pastas da administração estadual com um orçamento inferior se comparado com o ano passado. Nesse primeiro momento, ela descarta concurso público para a área, afirma que o Itep tem a estrutura mais precária do sistema e afirma que “ainda não teve paz” para montar a equipe completa.Vaidosa, mãe de dois filhos “já encaminhados na vida”, a secretária afirma que “nunca me distanciei da segurança pública”, e só aceitou o convite quando teve a certeza de que a Segurança seria prioridade e não sofreria interferência política: “Polícia e política não podem se misturar”.
Entre as várias experiências profissionais, Kalina Leite já atuou como coordenadora de Planejamento da Sesed, entre 2002 e 2003, onde também exerceu a função de secretária Adjunta, no período de 2003 a 2010. A última função, em 2014, foi à frente da Fundação Estadual da Criança e do Adolescente do Rio Grande do Norte (Fundac), como Interventora Judicial.
Como a senhora recebeu o convite para assumir a Sesed?Na verdade eu nunca me afastei da Segurança Pública. Passei um bom tempo como secretária adjunta e, talvez em razão disso, culminou com o convite. Vaidosa, mãe de dois filhos “já encaminhados na vida”, a secretária afirma que “nunca me distanciei da segurança pública”, e só aceitou o convite quando teve a certeza de que a Segurança seria prioridade e não sofreria interferência política: “Polícia e política não podem se misturar”.
Entre as várias experiências profissionais, Kalina Leite já atuou como coordenadora de Planejamento da Sesed, entre 2002 e 2003, onde também exerceu a função de secretária Adjunta, no período de 2003 a 2010. A última função, em 2014, foi à frente da Fundação Estadual da Criança e do Adolescente do Rio Grande do Norte (Fundac), como Interventora Judicial.
Como a senhora recebeu o convite para assumir a Sesed?Na verdade eu nunca me afastei da Segurança Pública. Passei um bom tempo como secretária adjunta e, talvez em razão disso, culminou com o convite. Esses convênios representam um investimento na ordem de quanto?
No mínimo, R$ 50 milhões. É muita coisa parada.
E os projetos são para que área?
São investimentos em tecnologia da informação, videomonitoramento, inteligência e ações preventivas como o Proerd [Programa Educacional de Resistência às Drogas].
O governador anunciou uma visita do ministro da Justiça...
Sim. Na verdade, na própria visita que fizemos, ele se disponibilizou e determinou que a Senasp trabalhasse um diagnóstico para ele vir fazer a visita já com esse diagnóstico em mãos.
A senhora já disse que queria aumentar o patrulhamento das ruas tanto de Natal como nas cidades do interior. Os natalenses já percebem esse aumento nas ruas. No interior, isso também já é realidade?
Sim. No passado, as horas extras e diárias eram concentradas em Natal. A gente determinou que isso fosse feito também com o policiamento no interior. Cidades como Caicó, Mossoró, Assu já há uma diferença. Estive em Assu e as pessoas manifestaram essa diferença.
Vamos falar sobre o Instituto Técnico-Científico de Polícia, Itep...
O Itep é bem preocupante. Muito preocupante. Eu diria que é o órgão mais sofrido, mais grave e que apresenta a situação mais preocupante. Nos preocupamos muito com a questão dos recursos humanos. A própria legislação do Itep. Dos mais de 500 servidores, pouco mais de 100 é, de fato, de lá. O restante é cedido. Na atividade fim do Itep, há uma carência tremenda. É uma falta gritante de perito criminal e médico legista e precisamos de medidas emergenciais. O Ministério Público está atento a essa questão e tive uma reunião recente com eles.
Já houve reunião com o MPRN sobre o Itep?
Sim. A situação de peritos é uma questão de tempo para gente deixar de ter profissional. Precisa concurso urgentemente. Médico legista também. Mas a gente já promoveu algumas mudanças na estrutura tanto em Natal como em Mossoró, no entanto, sabemos que existem alguns equipamentos embalados. A situação do Itep inspira cuidado.
Mas há perspectiva de concurso?
Não. O Estado está limitado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, mas a gente está congregando esforços junto ao MPRN, vamos ter reunião com o Tribunal de Contas para encontrar uma saída emergencial. É um serviço que não pode parar. É uma prioridade.
E sobre a Delegacia de Homicídios. O projeto para criar a Divisão, como se pensava, será retomado?
Se os índices continuarem mostrando o que mostraram em janeiro, pensamos em implantar a Divisão de Homicídios sim. Isso passa por um planejamento na Delegacia Geral em razão da deficiência de pessoal, mas como temos que trabalhar focado na mancha criminal, possivelmente, a Divisão de Homicídios será uma prioridade.
Não é bem implantar da mesma forma, mas é a mesma filosofia. Eu conheço o policiamento de Bogotá e é baseado em quadrantes. O policial fica no espaço delimitado compartilhando informações. Em alguns Estados do Brasil já houve essa experiência. Na verdade, é a polícia de proximidade. Vamos começar a trabalhar o planejamento para fazer esse tipo de policiamento. Foi designado um oficial para implementar esse projeto. Ainda esse ano, será implementado.
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