terça-feira, 9 de maio de 2017

Esquema de fraude em concursos captava 'clientes' em redes sociais e cursinhos, diz polícia na PB

Polícia apreendeu vários pontos eletrônicos utilizados por membros da quadrilha durante as provas (Foto: Lucas Sá/DDF João Pessoa)Os “clientes” da quadrilha suspeita de fraudar pelo menos 60 concursos públicos em seis estados do Nordeste eram contatados principalmente em cursinhos e por meio redes sociais, segundo informou o delegado de Defraudações e Falsificações (DDF) de João Pessoa, Lucas Sá, nesta segunda-feira (8). O grupo cobrava até R$ 150 mil por 'kit completo' de aprovação em concursos e mais de 500 aprovados pagaram R$ 18 milhões à quadrilha, em 6 estados do Nordeste. O esquema foi desarticulado pela Operação Gabarito.
O esquema foi desarticulado pela Polícia Civil da Paraíba no domingo (7). Segundo a polícia, 19 pessoas foram presas, entre elas dois irmãos em um condomínio de luxo, apontados como líderes do grupo e já aprovados em 29 concursos. Outros envolvidos foram presos durante um concurso do Ministério Público do Rio Grande do Norte.
Irmãos foram presos em casa localizada em condomínio de luxo em João Pessoa (Foto: Lucas Sá/DDF João Pessoa)“São muitas as maneiras, mas as principais são pelo Facebook, WhatsApp e indicação de pessoas de cursinhos. Vários desses professores [presos] são professores de cursinho. Então eles acabam indicando a organização para os alunos desses cursos e fazendo a proposta de ingressar no esquema fraudulento”, disse o delegado.

delegado afirma que as fraudes começaram em 2005, em concursos na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. “Tomando como base o menor valor informado até o momento, podemos concluir que, no mínimo, a organização consegue obter a quantia de R$ 300 mil por concurso".
Muitos dos "clientes" procuravam o esquema por meio de indicações de amigos. Mas também havia casos em que os integrantes do esquema entravam em contato com pessoas que estavam em grupos de concursos e cursinhos em redes sociais, que eram "clientes" em potencial, para fazer a proposta, segundo o titular da DDF.
Lucas Sá informou que, entre os documentos, também foram apreendidos gabaritos e provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016. A Polícia Civil ainda vai investigar se também houve fraude no exame.

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