domingo, 23 de dezembro de 2018

‘Tudo indica que João de Deus chefia uma organização criminosa’, afirma juiz

O juiz Liciomar Fernandes da Silva, ao determinar a prisão de João de Deus por posse ilegal de arma de fogo, afirmou que as investigações apontam que o médium “chefia uma organização criminosa que atua principalmente na cidade de Abadiânia”, no Entorno do Distrito Federal. O investigado é acusado de abuso sexual por centenas de mulheres que o procuraram para tratamento espiritual, foi indiciado por um caso e está preso desde o último dia 16 de dezembro. Ele nega os crimes.
O magistrado, ainda na determinação de prisão, também autorizou buscas em cinco endereços relacionados ao médium. Quatro dos mandados foram cumpridos em Abadiânia, onde fica a Casa Dom Inácio de Loyola – local dos atendimentos espirituais e onde teriam ocorrido os abusos –, e um deles em Itapaci, na região norte de Goiás.
Nas últimas buscas, a Polícia Civil encontrou esmeraldas, medicamentos e uma mala com R$ 1,2 milhão na casa do médium. O dinheiro foi localizado em um porão, acessado por um fundo falso em um armário.
Em buscas anteriores, policiais já haviam encontrado mais R$ 400 mil em moedas nacional e estrangeiras, além de armas, também na casa dele – o que motivou o pedido de prisão, concedido pelo magistrado.
A defesa de João de Deus, que sempre negou as acusações de crimes sexuais, criticou as novas buscas e nova prisão (veja nota na íntegra ao fim da reportagem). “A nova busca e apreensão foi determinada com base em denúncia anônima e foi genérica, o que é inadmissível”, afirmou o advogado Alberto Toron.
O defensor acrescentou, neste sábado em mensagem à TV Anhanguera, que “muito do dinheiro encontrado tem a ver com antigas doações”.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) levantou que há 255 vítimas em potencial. As mulheres que procuraram o órgão para denunciara os abusos teriam entre 9 e 67 anos nas datas dos crimes. Desses casos, o órgão acredita que 112 prescreveram.
Os promotores pretendem ouvir João de Deus ainda na semana que vem e denunciá-lo em seguida. Junto com o inquérito já fechado pela Polícia Civil, o órgão deve juntar outros casos recentes, ainda deste ano.
“Além do inquérito da Polícia Civil, o MP pretende agregar outros três fatos: dois crimes de violação sexual mediante fraude e um de estupro de vulnerável”, explicou o promotor Luciano Meireles.
G1

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