sábado, 22 de fevereiro de 2020

‘Bicho vai pegar’ com Forças Armadas no Ceará, diz Bolsonaro; presidente diz que ‘pessoal de verde está chegando’ e que criminosos não podem ser tratados ‘com flor’



Foto: Carolina Antunes/Presidência
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na quinta-feira que o “bicho vai pegar” no Ceará com o envio das Forças Armadas. Bolsonaro autorizou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado, afetado por por paralisação de policiais militares. Na noite de quinta-feira, policiais militares e bombeiros recusaram a proposta do governador do Ceará Camilo Santana (PT) e resolveram, portanto, manter o motim.
Bolsonaro declarou que quem está cometendo crimes durante a paralisação policial precisa entender que “o pessoal de verde está chegando” e defendeu que criminosos não podem ser tratados “com flor”.
— O pessoal que está cometendo delitos, crimes nessas regiões, onde, por um motivo qualquer, por um motivo justo, estão indo as Forças Armadas para lá, tem que entender que o pessoal verde está chegando e o bicho vai pegar. Porque, se é para tratar com flor essa galera, não fiquem enchendo nosso saco e vão pedir para outras instituições para cumprir esta missão, que não seja nós — disse, em transmissão ao vivo em suas redes sociais.
De acordo com Bolsonaro, a situação no Ceará é de “guerra urbana”. Entre 6h de quarta e 6h de quinta-feira, houve 29 assassinatos, contra uma média de seis homicídios por dia no restante do ano.
— Isso é coisa de responsabilidade, coisa séria. Se estamos em guerra urbana, temos que mandar gente para lá para resolver esse problema — afirmou Bolsonaro na transmissão.
O decreto da GLO permitindo o emprego das Forças Armadas no Ceará foi publicado numa edição extra do Diário Oficial da União na tarde desta quinta-feira. Os militares vão poder atuar até o dia 28 de fevereiro, período que abrange o Carnaval.
O presidente também voltou a defender o excludente de ilicitude para militares que atuam em GLO. O presidente disse que após o fim da missão vai procurar os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para que um projeto dele sobre o tema possa ser votado. Bolsonaro reclamou que um soldado de 21, 22 anos atuando na segurança pública, ao reagir numa situação, pode vir a matar um inocente. Para o presidente, esse militar é um inocente que corre o risco de pegar 30 anos de cadeia.
— Vou fazer um pedido para eles. Tenho um projeto: havendo GLO, os militares têm que ter excludente de ilicitude. Terminada a missão, têm que ir para casa, não ficar preocupado com oficial de justiça — disse Bolsonaro.
O Globo

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