sexta-feira, 31 de maio de 2013

ENTREVISTA - MICARLOS MEDEIROS - PT


Quem esteve visitando a terrinha foi o publicitário Micarlos Medeiros. Ele que foi candidato a prefeito pelo PT, veio e nos fez uma visita. Este blog divulga alguns pontos da longa conversa que tivemos sobre diversos assuntos. Pedi autorização para publicar conteúdo da nossa conversa para estrear as entrevistas em nosso blog. Boa leitura.




Conversando com Micarlos justifiquei que muita gente dizia que ele era louco porque se candidatou, morando longe, e sem estrutura para enfrentar a máquina. Micarlos disse que o quadro que se apresentava (dois candidatos de uma mesma família) era o ideal para o surgimento de uma terceira opção e que nesses casos a estrutura conta pouco, citou exemplo de Mineiro em Natal - que mesmo sem estrutura quase ia ao segundo turno. Mas disse que sabia que era um jogada de altissimo risco. 

Segundo Micarlos sair candidato não foi uma decisão só dele, mas do partido. Realmente, houve uma série de reuniões aonde foram apresentamos várias possibilidades e a maioria optou para que o partido tivesse candidatura própria.

Micarlos disse que por saber do risco fez um pesquisa bastante detalhada do quadro municipal. Com o resultado da pesquisa em mãos viu que se houvesse a possibilidade de um junção dos partidos de oposição poderia haver mudança de quadro. A pesquisa indicava que essa junção seria com o PMDB que tinha um candidato com alto índice de rejeição e a pesquisa apontava que só votava no PT quem tinha algo contra a candidata ou ao governante. Era cenário para o PT com cabeça de chapa. Esse era o cenário que a pesquisa apontava para um embate mais parelho. Segundo ele, se chegou a fechar um acordo com o PMDB. Mas como se sabe o PMDB quebrou o acordo na semana da convenção .

Como o acordo com o PMDB não vingou e já tinha se envolvido a militância, o PT resolveu entrar em campo sozinho. Micarlos montou uma estratégia de 2 meses, tudo muito planejado. 

Segundo Micarlos, a eleição foi de muita dificuldade. Existia uma boa estrutura, um bom material, uma boa estratégia mas se tinha muito azar. Sempre que era dia de carro de som, morria uma pessoa em Riachuelo e, por respeito, não veiculava-se nada. Carros de som quebravam inexplicavelmente, do nada. Militantes sofriam acidentes (Geová e Eliabe bateram os carros). Micarlos ficou doente de dengue e não pode fazer o corpo-a-corpo como queria. E por final, a forma como aconteceu a morte de Gonzaga, mudou tudo.

Questionei Micarlos sobre o motivo de não ficar em Riachuelo após as eleições. Segundo Micarlos, o afastamento se dar por causa do contrato de trabalho e ele está a resolver o afastamento com vinda temporárias. 

Na conversa, partimos para análise da administração local. Relatei a Micarlos assuntos fortamente comentados pelos riachuelenses, como a perseguição aos petistas, contratação em massa de familiares e as brigas internas. Para minha surpresa, Micarlos se mostrou bastante informado sobre tudo e me falou até coisas que eu não sabia. Sinal de que o rapaz está mais presente do que imaginamos. 

Aqui, alguma opiniões dadas por Micarlos Medeiros para temas abordados pelo editor do Dois Quadros - Nivaldo Lopes:

 ELEIÇÕES: DECISÃO DE SER CANDIDATO 
"Foi uma decisão após muita conversa dentro do partido. Sempre deixei claro que acompanharia a decisão da maioria. Quanto ao resultado...um dos três teria poucos votos. Dessa vez foi eu, mas poderia ter sido um dos outros dois. Faz parte do jogo. Eu já ganhei outras vezes, mas sei perder. Estou com a consciência tranquila, não guardo mágoas nem rancores. Hoje as pessoas me conhecem mais, sabem a minha história, o que penso sobre a cidade e sobre o futuro delas, creio, me admiram pela coragem que tive. Analisando bem, ganhei também."

 A OPÇÃO POR SE OPOSIÇÃO 
"Eu apenas ofereci meu nome, doei meu tempo, dinheiro e conhecimento a favor de um uma causa que acredito: política como meio de mudança social. Não me arrependo do que fiz. Mas entendo que o PT-Riachuelo poderia estar mais presente na vida política local (isso fez falta na hora do porta a porta) e, também, mas alinhado com o partido a nível estadual (faltou presença estadual para dar o suporte de imagem a campanha). Regionalmente,  estamos muito  bem representados e apoiados por João Cabral. Ele nos ajudou muito nesse projeto."

 ALIANÇAS: A BUSCA PELO ENTENDIMENTO 
"Nos reunimos como o PMDB três vezes, e apresentamos a seguinte estratégia: eu como candidato e o PMDB indicando o vice. O ideal era que fosse Nataly porque batia com Mara e rachava a família. Marcílio sairia para vereador como puxador de votos, com isso teríamos grandes chances de eleger um vereador do PT pela primeira vez. Era um estratégia de risco, mas o PT elegeria um vereador e se fortaleceria para o futuro. Era um estratégia pelo fortalecimento do partido, consistente. Infelizmente, o PMDB (que é um partido aliado do PT nacionamente) não entendeu assim e preferiu seguir sozinho."  

 A ESTRATÉGIA 
"Decidimos fazer apenas 2 meses de campanha. Tivemos um crescimento relevante dentro do nosso objetivo: ter 500 votos. Havia comentários, apostas de que teríamos 800, 1.000 votos, mas sabia que seria muito difícil chegar a estes números. No final, devido fatores emocionais do eleitorado (Modo de falecimento de Gonzaga), o resultado acabou não expressando uma realidade do que foi a campanha."

 A ELEIÇÃO: DIA-A-DIA 
 "Todos os problemas eram sanáveis. Mas a morte de um líder político não. A partir dali decidimos parar a campanha. Tudo era favorável a candidata Mara: a morte de um "mito"; a solidariedade à dor da filha; a morte no palanque pedindo voto para a filha; e depois de tudo uma missa-comício. Tudo era propício para comoção social. E foi. Tanto que as pessoas iam votar com lacinho preto na roupa.  Foi a comoção social que nos fez perder muitos votos, não o nosso jeito de fazer a campanha. Porque a eleição era de Mara. E para reforçar, o dinheiro jorrando nas vésperas da eleição também foi providencial. Lutamos contra uma estrutura montada para candidato a deputado federal. Era dinheiro contra idealismo. E como não houve debate de ideia, quem tinha mais dinheiro levou vantagem."

 PÓS-ELEIÇÃO 
"As pessoas querem minha presença. Mas nesse momento, preciso de um tempo para observar o que acontecerá no cenário político local. Quando a gente tá dentro do furacão sem condições de atacar pode acabar se queimando. Tive reunido com Josana e João Cabral, além de companheiros do PT. Em agosto vamos nos reunir para traçar metas  para o futuro."

 ADMINISTRAÇÃO 
Nada me surpreende. O modus-operandi é o mesmo praticado há anos em Riachuelo. A montagem da equipe confirmou a ideia central de que "só a família do gestor tem gente capacitada", e hoje não se pode mais pensar administração pública dessa forma. Perseguir pessoas do PT (ligadas a mim: o candidato a vereador Chico Gerônimo, o agente de saúde Wellington Israel, e Márcia Viana  - que é minha irmã - diretamente), no meu entendimento foi uma ação motivada pela emoção e extremamente desnecessária, que só lhe trouxe desgaste político e de imagem. Eles entraram na justiça e tem o meu apoio incondicional. Pra mim, perseguir pessoas/funcionários não é um ato cristão. Mas parece que as promessas feitas são o principal calo, além é, claro, do próprio grupo que é bastante desunido. 

 CENÁRIO 
Manter uma base de aliados é sua tarefa mais difícil, até porque é desses aliados que sairá o seu futuro adversário. Ela já sabe disso. Hoje, o ex-prefeito Júnior Bernardo é a principal liderança política de Riachuelo. O cargo era de Gonzaga, e por isso JB o teve como aliado o tempo inteiro. Agora, ele está no "posto". Soube montar o cerco. O PSB só tem a prefeita e um vereador. As demais lideranças e vereadores estão em outros partidos montados sobre bases que Junior tem domínio. O que eu penso é que Mara - sem o pai, sinta-se obrigada a provar que é liderança real. Para isso terá que ir pra disputa contra JB. Sem isso, não provará que é liderança. 
Mexer com o PT - o partido da presidente de república, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (que tem em Josana uma das pessoas que mais contribuem para o desenvolvimento rural de Riachuelo), que podem muito lhe ajudar, foi um erro primário. E o PMDB também não pode ser desprezado pelo seu histórico no município. Penso que todos esses fatores são móveis e o posicionamento deles influenciará no futuro da política local. A ver. 



8 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns Micarlos, pelas brilhantes e descontraídas palavras em sua entrevista ao blog.....

Anônimo disse...

Seis meses de administração e a nossa cidade não progrediu em nada. Nem um praças pública ela ainda fez (rsrs)... Cadê os prometidos da atua gestora? Carros novos não estavam no seu plano de governo.
Foi uma pena Micarlos não ter ganho. Estamos muito arrependidos com a administração atual. Nas próximas eleições estarei com você meu amigo.
Pior que se passa os anos e o pensamento do pessoal não muda. Vamos "arrumar" uma formula para isso Micarlos.

professor pedro disse...

Parabens amigo nivaldo pela brilhante entrevista...

Paulo de Tarso disse...

Micarlos, parabéns pela moderada entrevista, é assim, que se faz oposição.....

Anônimo disse...

Micarlos, me arrependo de não ter votado em Você!!

Anônimo disse...

Parabéns, Micarlos mais uma vez deu um Show de Educaçãoo!!!

Anônimo disse...

Micarlos, Parabéns!
Riachuelo só perdeu, não votando em você!! Quero só ver essa prefeita de 4anos cumprir o que prometeu. E tome chá de Cavalcanti e chá de Sena.. Kkkkkk

Anônimo disse...

Estamos com saudades MEU PREFEITO.

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