quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Para onde a gente vai depois que morre?


Por Robson Pires, em

Para o céu, para perto de Deus, de volta para a Terra ou para nenhum lugar: a vida acaba ali e a gente não se lembra mais de nada. A resposta que você deve dar para o seu filho é exatamente aquela em que você acredita.
A morte deve ser tratada da maneira mais simples possível”, diz Elaine Alves, do Laboratório de Estudossobre a Morte da Faculdade de Psicologia da USP. Segundo ela, a criança precisa ser exposta ao tema da morte com naturalidade a que é exposta ao nascimento. “Há pouco tempo, as crianças não sabiam de onde vinham os bebês, mas iam a velórios. Hoje é o contrário”, diz.”Os pais preservam tanto os filhos que acabam não preparando as crianças para viver essa realidade”, afirma.
O ideal é que a morte não seja tratada como tabu. Uma notícia na televisão ou o falecimento de um cachorrinho podem ser bons ganchos para falar sobre o tema – todos os seres vivos morrem. Da mesma forma, crianças devem participar de velórios e enterros. “Os rituais servem para que todos vivenciem melhor a despedida, inclusive os pequenos.”
Quando for comunicar a morte de alguém, pegue a criança no colo, abrace-apara que se sinta protegida e diga que aquela pessoa morreu e que vocês nunca mais a verão. Também vale dizer quedepois que morre, uma pessoa não sente dor, não sente medo, não pensa, não age mais. Evite as metáforas. Dizer que o ente querido foi descansar, dormir, viajar só aumenta as chances de a criança se sentir abandonada. “Não é cruel dizer `nunca mais¿. Cruel é deixar a criança esperando”, explica Elaine.
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