segunda-feira, 11 de maio de 2020

Número de mortes sobe mais no Brasil que na Europa; saiba porque


Por Robson Pires, em

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O crescimento do número de mortes por Covid-19 no Brasil desacelerava em um padrão parecido ao de grandes países europeus até faz cerca de 15 dias. Desde então, o ritmo de aumento do morticínio passou a diminuir bem menos do que na Europa.
O número oficial de mortes crescia a 6,5% ao dia na sexta-feira (8), no Brasil. Em dia equivalente da epidemia na Itália, crescia a 3,1%. Faz duas semanas, os ritmos dos dois países eram similares. O ritmo está em 2,5% na França. No Reino Unido, 3%. Nos EUA, 8,2%. No estado de São Paulo, 4,6% (vide tabela ao lado).
Não se trata da variação do número absoluto de mortes por dia, que foi de 751 na sexta-feira, por exemplo. Trata-se do aumento porcentual do número de óbitos de certo dia em relação às mortes acumuladas até a véspera.
Caso o ritmo brasileiro tivesse acompanhado o da Itália, como parecia acontecer faz 15 dias, o número total de mortes teria sido aqui cerca de 2.500 inferior ao de fato registrado até sexta-feira, de 9.897 “”­é apenas um exercício aritmético.
“O resultado do Brasil é bastante preocupante, mais do que aquele observado em São Paulo. Todo o avanço obtido com a rápida adoção das políticas de distanciamento pode ser perdido caso o relaxamento das medidas se dê de forma descontrolada. Se isso acontecer, a esperada redução no número de óbitos, observada em muitos países até agora, pode acontecer mais tardiamente ou com menor intensidade no Brasil”, diz Pedro Hallal, epidemiologista e reitor da Universidade Federal de Pelotas.

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